quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Uma reflexão sobre o dia das crianças e movimento de "dar presentes materiais" para encobrir "ausências emocionais".


Amanhã (12 de outubro) é comemorado o "Dia das Crianças", nesta data, muitos pais buscam encher seus filhos com os presentes mais caros que puderem comprar. Mas é preciso  chamar atenção para o fato de as crianças na atualidade, estarem sendo super compensadas  com objetos matérias que o mundo consumista que vivemos oferece. O problema disto, está no fato de na maioria dos casos, ao mesmo tempo em que são recompensadas com objetos materiais, acabam em seu dia-a-dia, privadas do mais importante para um desenvolvimento emocional saudável, que é ter pais participativos, disponíveis, que definem claramente limites e atentos para suas necessidades básicas que a infância requer. Na sociedade atual, com pais distraídos pela tecnologia e com uma rotina profissional atribulada, cumprir este papel se tornou um grande desafio, que muitas vezes gera culpa e que, ao se sentirem culpados, recorrem ao material para encobrir a ausência emocional. Portanto, é preciso estar alerta a estes movimentos cada vez mais comuns nas famílias de hoje em dia 😉

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Sobre o suicídio

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) aproximadamente 1 milhão de pessoas no mundo, cometem suicídio por ano. No Brasil, todos os dias, cerca de 32 pessoas tiram a própria vida (de acordo com matéria publicada na revista Super Interessante em setembro de 2018). É um número alto que vêm aumentando principalmente entre os jovens. E como a melhor maneira de prevenir que os casos ocorram é falar sobre o assunto, é que foi criada a  campanha "Setembro Amarelo" que muito vêm sendo divulgada nas mídias. A finalidade desta campanha é quebrar o tabu e estimular que as pessoas falem sobre o assunto. Mas ao abordar sobre este tema, uma grande questão que surge é:  "Afinal, o que leva o sujeito a dar fim a própria vida?" Os motivos podem ser muitos, cada indivíduo em sua singularidade, lida com as adversidades que a vida traz de maneira única. A psicanálise nos mostra que, por trás de muitas de nossas ações, que parecem não ter um sentido lógico, existe um conflito psíquico. A pessoa que comete o suicídio, não toma esta decisão da noite para o dia. A angústia e desesperança que vivência o suicida é tão intensa, que acredita que só a morte poderá dar fim àquela realidade  que é vista como insuportável e sem saída. O que na verdade, na maioria das vezes é uma crença que existe somente na fantasia do sujeito, e quanto mais ele guarda para si, mais cresce até tornar-se insuportável e sem solução a partir de sua percepção. Por isto, procurar
ajuda profissional para falar sobre seus conflitos internos e sobre os sentimentos que o envolvem é tão importante, pois é através do diálogo e reflexão com alguém de fora da situação é que pode ser encontrada a solução que o indivíduo sozinho não consegue enxergar.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Afinal, existe diferença entre tristeza e depressão?


Imagem: Vincent Willem van Gogh - Velho Triste ("No Portão da Eternidade"), 1890.

Saiba que existe significativa diferença entre tristeza e depressão, e que saber diferenciar uma da outra é importantíssimo, pois enquanto uma trata-se de um sentimento comum que todos podem sentir, outra se trata de um distúrbio psicológico que é reconhecido como uma doença, e que sendo assim, necessita de tratamento e acompanhamento adequado por profissionais da saúde mental, bem como, Psicólogos e Psiquiatras. Mas é preciso tomar cuidado com a confusão entre uma e outra, pois a patologização de tudo que sentimos tem sido frequente na sociedade atual.
Muitos acreditam que estar triste ou desanimado após algum fato ocorrido, por exemplo: a morte de um ente querido, ser demitido de um emprego, ter terminado um relacionamento, entre inúmeros outros motivos que podem levar uma pessoa a entristecer-se, às vezes é interpretado erroneamente como uma depressão. No entanto, estar triste ou desanimado quando existe um motivo, seja ele qual for, é um sentimento que pode ocorrer com qualquer um em diversos momentos da vida e é um processo completamente natural pelo qual passam os seres humanos.
Até aqui tudo bem. É de comum acordo que todos nós quando acometidos por algum acontecimento difícil na vida, podemos apresentar tristeza, desânimo, falta de interesse em compromissos sociais ou falta de motivação para atividades que antes causavam prazer. Mas pensando de forma prática e objetiva, o que pode ser considerado para ajudar a identificar que alguém possa estar com uma Depressão? Na maior parte dos casos (lembrando que esta não é uma regra), uma pessoa que possa estar com depressão, ao ser questionado sobre o motivo de seu entristecimento e desânimo, muito provavelmente não saberá identificar um motivo concreto que justifique seu estado de tristeza e desânimo constantes. E é justamente este um dos fatores que podem ser considerados para se diferenciar uma depressão de uma tristeza, pois aquele que está enfrentando uma depressão não saberá encontrar motivo que justifique seu estado. Logicamente, este é apenas um dos fatores que podem ajudar a diferenciar uma tristeza de uma depressão, pois existem outras alterações a serem investigadas para a conclusão de um diagnóstico, que nem sempre serão tão facilmente detectáveis. Portanto, conforme já mencionado, o diagnóstico e tratamento adequados deverão ser realizados exclusivamente por profissionais da saúde mental, Psiquiatras e Psicólogos, que levarão em conta diversos fatores ambientais, genéticos e neurológicos. Além do que, caso constatada uma Depressão, podem existir diferentes níveis e subtipos da doença que devem ser acompanhados por estes profissionais.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Por que repetimos as mesmas atitudes frente a diferentes situações na vida?

   É muito comum no consultório receber pacientes que contam situações de seu cotidiano em que fica evidente que repetem atitudes muito parecidas, ou às vezes até, exatamente idênticas em diferentes situações da vida e no relacionamento com pessoas distintas. E acredite, isto se apresenta com mais frequência do que se possa imaginar.
   Por exemplo: uma pessoa que sempre se comportou de forma desafiadora contra os pais na infância e ou adolescência, batendo sempre de frente contra a autoridade destes, acaba agora, sem perceber, relatando situações em que bate de frente com o chefe, com o marido / esposa, um colega de trabalho, um professor da faculdade, sogra, filhos e por aí vai… O mesmo pode ocorrer num caso oposto, em que alguém que sempre fora submisso e passivo, agora comportar-se desta maneira perante todos em seu meio de convívio.
   E os motivos pelos quais aprendemos a agir de determinada maneira em nosso meio familiar desde a infância podem ser inúmeros, mas o fato básico é que crianças precisam buscar uma estrutura, uma referência para construir seus comportamentos e é natural que busquem isto na relação com os pais ou familiares em geral. O problema é quando esta criança cresce e se torna um adulto, mas continua a agir como aquela criança que baseia suas decisões e atitudes somente nos exemplos e experiências do passado.
   Muitas vezes a repetição das mesmas atitudes e mesmas reações em suas relações são tão idênticas, que, a impressão que se tem é que reproduzem uma  cena muito bem  ensaiada e decorada, apenas o que muda são os personagens e o cenário da trama. Mas um fato que chama atenção é que quase sempre a pessoa que faz isto, não consegue ter a mínima noção do quanto é repetitivo em suas atitudes e reações que ocorrem em seu dia a dia.
Tendo isto em vista, a pergunta que surge é a seguinte: Por que será que algumas pessoas parecem estar programadas para terem sempre a mesma reação e a mesma atitude em suas relações e situações da vida?
   Na maioria das vezes, isto ocorre porque é a única forma que o indivíduo consegue encontrar para recordar e expressar algo que sempre foi vivenciado desta maneira, e pensar e agir de outro modo, nunca foi uma opção para estas pessoas. Há mais de um século atrás, Freud em seu texto: “Recordar, repetir e elaborar” já falava sobre este movimento, que ele nomeava de “compulsão a repetição”. Ele explica como muitas vezes experiências que tivemos, ao invés de serem recordadas claramente e explicitadas pela fala, são expressas por meio da repetição delas em sua atuação na vida.
   Logicamente, não haveria problema algum agir sempre do mesmo modo e repetir tais comportamentos, isto, desde que estes não lhe incomodem e tragam prejuízos para sua vida social. No entanto, não é o que geralmente acontece. Afinal de contas, a verdadeira natureza do ser humano é ser livre e criativo, capaz assim de fazer suas escolhas sem o sentimento de estar preso a um ciclo vicioso que só lhe faz sentir mal. Isto fica claro quando ouvimos pessoas se queixarem: “Não sei porque agi daquela maneira, quando vi já foi…” ou então: “Queria ser diferente, mas não consigo”.
   E como disse anteriormente, um fato que chama atenção é que quase sempre a pessoa não consegue ter noção do quanto é repetitivo em suas atitudes e reações que ocorrem em seu dia a dia. Isto porque este ciclo vicioso é algo totalmente inconsciente.
Ou seja, o que está guardado lá no fundo do baú da nossa memória muitas vezes acaba só conseguindo ressurgir através destes ciclos de atitudes e comportamentos repetitivos, mas que muitas vezes acabam trazendo prejuízos pela falta de controle da própria vida. E para tomar de volta tal controle destas ações que quase sempre estão inconscientes, nada é mais importante do que autoconhecimento e reflexão sobre si mesmo.


Procurando um psicólogo? Entre em contato pelo e-mail:psicologacristianebs@gmail.com ou pelos telefone: 13 99723-4954.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Ansiedade: o que é e até que ponto pode ser vista com normalidade

Todos nós em algum momento da vida (ou provavelmente em diversos momentos) com certeza já sentiu a sensação de ansiedade, seja por conta da espera por algo importante que desejamos como, por exemplo, a resposta de uma vaga de emprego, ou por medo da possibilidade de que algo ruim possa acontecer, por exemplo, aguardar o final de uma cirurgia de um ente querido. Enfim, as situações de nosso cotidiano que podem gerar algum tipo de ansiedade são inúmeras.
O autor Paulo Dalgalarrondo (2008), define ansiedade como “estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável. Inclui manifestações somáticas e manifestações psíquicas”.
Sentir-se ansioso em diversos momentos é algo completamente comum e está presente no ser humano desde quando ainda bebês. Se pensarmos sob o ponto de vista fisiológico, a ansiedade tem uma grande função benéfica, pois é um mecanismo que serve para nos preparar para um ataque ou para nos defender de algum perigo percebido, seja ele real ou imaginado.
No entanto, esta mesma ansiedade pode tornar-se prejudicial dependendo da circunstância, intensidade e frequência com que ocorre. A partir do momento em que a ansiedade passa a limitar nossas ações e interferir significativamente em nossa vida e em nossas relações com os outros pode então tornar-se um problema de saúde sério, que merece atenção e tratamento adequado.
Quando a ansiedade passa a trazer prejuízos significativos para nossa saúde e bem estar, a psiquiatria denomina como transtornos de ansiedade ou transtornos ansiosos, e dentro deste grupo de transtornos estão os ataques de pânico, as fobias específicas, fobia social, transtorno obsessivo compulsivo (o famoso TOC), Transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada entre outros diagnósticos.
Lembrando que, cada um destes transtornos só deve ser diagnosticado e devidamente tratado por um profissional de saúde mental especializado, que obedecerá a diversos critérios e estará preparado para tal tarefa.